quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

La renuncia

Ontem foi um dia histórico, um dia feliz. Fidel renunciou, e eu brindei com Coca-Cola!

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Eu vivia cheio de esperança, e de alegria...



Ah, quantas lágrimas eu tenho derramado
Só em saber que não posso mais reviver o meu passado
Eu vivia cheio de esperança
E de alegria eu cantava, eu sorria

Mas hoje em dia eu não tenho mais
A alegria dos tempos atrás
Mas hoje em dia eu não tenho mais
A alegria dos tempos atrás

Só melancolia os meus olhos trazem
Ai quanta saudade a lembrança traz
Se houvesse retrocesso na idade
Eu não teria saudade da minha mocidade

Mas hoje em dia eu não tenho mais
A alegria dos tempos atrás
Mas hoje em dia eu não tenho mais
A alegria dos tempos atrás.
(Manacé)

Não ando muito boa para escrever. A verdade é que não ando muito boa, em todas as acepções da palavra. A saúde fraca, a memória ruim, a confiança desconfiada. Há exatos quatro anos eu tinha todos os sonhos que uma menina de 17 anos pode ter. Acabara de terminar o colégio e passar no vestibular, uma faculdade me aguardava com todas as suas surpresas e atrativos. Era um mundo novo que se descortinava diante dos meus olhos. Eu imaginava o tema da monografia, o mestrado e o doutorado que eu queria terminar antes dos 30 anos.
Hoje, aos vinte e um anos recém completados, terminei os oito períodos do curso de História da UERJ e acabo de entrar para as estatísticas: sou a mais nova desempregada do Brasil. Aí parece que todos os sonhos eram bobagens de adolescente, parece que tudo foi em vão e que eu devia ter ouvido o meu pai, que sempre quis que eu fosse uma advogada. Parece que o ensino superior só me serviu para garantir uma cela especial – se bem que, do jeito que vai o nosso sistema carcerário, não sei não... – para o caso de uma desgraça. Vivi coisas boas na faculdade, é verdade. O que me incomoda é ver o quanto estou insatisfeita com os rumos que minha tomou nestes últimos anos sendo eu ainda tão jovem. Ontem eu observava o meu pai (papai tem 68 anos e é cardíaco) durante a novela das 21h, ele não anda muito bem e tem sentido algumas dores. Vi o quanto meu pai está debilitado, com um semblante de alguém que sente dores e está cansado. Ele ainda levanta todos os dias às 04:00h para trabalhar. Aí quis imaginar como ele se sente agora, depois de tantos anos vividos e trabalhados. Será que ele também se incomoda com a vida que teve, com as coisas que não viveu, com a profissão que escolheu? Não sei, só sei o que vejo no olhar do meu pai: cansaço.
Viver cansa, em muitos momentos. Fazer escolhas também cansa, mas cansa ainda mais analisar o resultado das escolhas feitas. De onde vem a tristeza e desapontamento? Por enquanto fico com a triste constatação de que não pode ganhar dinheiro fazendo o que se gosta neste país, talvez daqui quatro anos eu faça esta mesma reflexão depois de ter me formado num outro curso.


Imagem: http://olhares.uncovering.org/v/eros/driben/driben23.jpg.html