terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Feminismo nada!


Dia desses estava conversando com a única pessoa que ouve e entende os meus devaneios. Ouve e entende não só porque me ama, mas também porque é um homem muito inteligente. Falávamos sobre o papel da mulher na sociedade. Tudo porque, dada hora, ele me perguntou o que eu achava do feminismo. Minhas opiniões são quase sempre polêmicas e radicais, então respondi: “Feministas são, geralmente, mulheres mal amadas. É falta de marido!”. Ao que ele respondeu: “Que é isso, Ana Maria?” (é que ele sempre me chama de Ana Maria quando me excedo ou faço loucuras). Aí tive que explicar como vou tentar fazer aqui agora.
Pensem comigo. Há um preconceito enorme para com a condição de dona de casa, e para com as mulheres que sentem prazer em não ter uma carreira e se dedicarem exclusivamente ao lar e à família. Ao mesmo tempo, este pensamento pseudo-intelectual e politicamente correto do pós-guerra, que reza que as mulheres têm que buscar as mesmas oportunidades que os homens no mercado de trabalho, ignora a reação em cadeia que é promovida no seio familiar a partir da saída da mãe e mulher para o mercado de trabalho. Desculpem-me as feministas de plantão, mas, antigamente, mulher não ficava em casa cuidando dos filhos e dos afazeres domésticos por simples exploração e crueldade do cônjuge não. A mulher desempenhava um papel crucial na formação do cidadão, na formação do caráter. Ela era a responsável pela formação de homens e mulheres decentes. Ela desempenhava no seio familiar um papel que o marido seria incapaz de assumir. E não há vergonha nem desonra em ser “do lar”, muito pelo contrário: é a mulher o suporte, as vigas de sustentação, da grande obra da vida de um grande homem. A partir do momento que as mulheres passaram a sair de casa para trabalhar, tudo mudou. A criação dos filhos passou a ser responsabilidade de terceiros, em muitas vezes pessoas estranhas. Trabalhando o dia todo, a mãe não acompanha as evoluções mais importantes da vida do filho, não tem tempo nem paciência para as crianças quando chega em casa, leva para o seio familiar os aborrecimentos do ambiente de trabalho, não tem tempo para o marido. O papel que era ocupado pela mulher fica vago, as crianças se criam sozinhas, muitas vezes são por demais mimadas como que numa tentativa de compensar a atenção e o carinho que não pode ser dado por falta de tempo. Teremos em breve uma família com problemas de relacionamento, filhos que não respeitam pais e marido e mulher que não se entendem. Famílias desestruturadas, divórcio.
Não quero aqui dizer que mulheres não podem trabalhar. Podem e devem, se for isso o quiserem. Quero aqui mostrar que não pode ser considerada vergonha, não pode ser marginalizada a opção de algumas mulheres de serem exclusivamente genuínas mães e esposas, mulheres que vivem para a família. Isto não é vergonha, é mérito.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Escrever?

A Ana e o Mineiro andam me cobrando novos textos. Esses dois são meus únicos leitores fiéis, acho mesmo que eles são meus únicos leitores mas já não importo mais com esta coisa de “será que estão lendo o que eu esrevo?”. A verdade é que escrever é um ato solitário e egoísta. Uma vez assisti uma entrevista com um poeta e ele disse justamente isto, ele dizia que o poeta, o escritor em geral, é um ser aflito, um atormentado, que tem nos textos que escreve uma fuga, uma maneira de despejar sobre o leitor todas as suas aflições. Escrever, então, seria um ato egoísta e até cruel para com o leitor. Hoje compreendo e até concordo com aquele poeta, do qual não me recordo o nome mas não me esqueço do rosto, pois eu que não sou nenhuma poetisa só consegui escrever alguma coisa que presta quando estou com raiva, triste, nervosa, meus textos são sim desabafos. E não me importa se dois ou três, ou mil pessoas vão ler, o simples fato de postar aquilo parece me tirar a responsabilidade das costas, é como se eu tivesse transferido o que me incomoda para outro alguém. Ao mesmo tempo, ver amigos queridos, que adquiri através do blog, me cobrarem textos porque gostam de me ler e sentem falta é algo maravilhodo e extremamente gratificante. Todos podem escrever. Quem acha que não sabe ou consegue escrever é porque não sofreu o necessário. Certa vez perguntaram ao Gabriel Garcia Marquez (acho que foi a ele que perguntaram) o que era necessário para escrever tão bem. Ele respondeu: “Sofra”.
Escrever é desesperar-se e aliviar-se.