sábado, 30 de junho de 2007

Universidade de formação de militantes


ULB

"A Universidade Leonel Brizola (ULB) é um projeto pioneiro entre os partidos brasileiros e utiliza de tecnologia - via satélite - principalmente, para ministra aulas à distância. Num primeiro momento a grade curricular será voltada para fomentar a capacitação política de militantes e dirigentes partidários. Em um segundo momento, de acordo com o programa inicial, a ULB pretende misturar cursos de pós-graduação "Lato Sensu", com o devido registro do Ministério da Educação (MEC)".

Fragmento retirado do endereço: http://www.pdt-rj.org.br/paginaindividual.asp?id=229

Eu nem devia fazer comentários depois disto, mas a minha indignação não me permite o silêncio. Já não bastasse a tão aclamada "pluraridade" da política brasileira - é partido a torto e à direita - ainda essa agora!
Querem curso superior para formar milhares de Lupis, Garotinhos, Rosinhas, Brizolinhas...
Fico eu cá pensando, deve ter um lado bom nisso (nessas horas ter lido Polyana me ajuda a pensar no lado bom das coisas). Quem sabe esta será a única universidade onde não haverá disputas por C.A. entre partidos, já que a instituição pertence a um único partido, ou talvez "peleguismo" finalmente vire uma disciplina acadêmica - e aí finalmente todos ficarão felizes e realizados com o estudo aprofundado amplo uso da palavra, que sairá das bocas dos incultos pelos corredores de universidades e passará a ser objeto de estudo. Quem sabe? Pode ser que com uma universidade de formação de militantes o próximo presidente de esquerda saiba falar corretamente...
E o MEC... dando corda pra estas coisas. Ai, Ai, como é bom ser brasileiro!

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Inexorável

Quem me conhece sabe que sou amante da democracia. Até quem não me conhece é capaz de saber que não votei no Lula. Na verdade, tenho uma queda pela/para direita. Certa vez fui fazer uma avaliação física, numa academia, e o professor me disse que todo o meu lado direito era mais baixo que o esquerdo, ou seja, que eu tombava para a direita. Na época achei estranho, mas não me dei conta do significado daquela afirmativa. Depois fiz outros exames que constataram esta mesma propensão do meu corpo cair sempre para a direita. Não daria pra ser esquerdista...
Mas eu queria mesmo era falar do nosso presidente da república. Como boa democrata que sou, desde que o cidadão subiu ao poder nos braços do povo – e tive que aceitá-lo, pois foi a vontade da maioria – venho assistindo-o com alguma atenção. Ontem tive a oportunidade de ver um rápido trecho de um discurso dele (pela televisão). Qual não foi a minha surpresa quando percebi que, enquanto falava sobre o biodiesel, o presidente estava respeitando as concordâncias, não esqueceu-se dos plurais e até usou uma palavra difícil no seu discurso: inexorável. Como inexorável soou bonito na voz do nosso presidente! As palavras de ordem deram lugar a palavras como inexorável... E ele nem estava lendo o discurso, tudo aquilo, toda aquela “erudição” saiu da cabecinha dele.
É nessas horas que vejo que um professor tem alguma valia. Se até Lula aprendeu a falar, eu posso ensinar história a qualquer um. As barreiras já não me parecem tão intransponíveis como outrora. Não me surpreenderei se, ao término do mandato, o presidente Luís Inácio Lula da Silva escrever um livro ou - como bem disse o meu professor JR. – ler um.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Você não vai casar!



Num ato de desmedido desespero, disco o número do celular da minha mãe.
Alô! Mãe? Como se faz carne-seca com abóbora?
Ela responde apressada e sem dar importância, como se soubesse que a minha empresa estava fadada à falência: minha filha, eu estou ocupada, depois te passo por e-mail.
Não mãe, tem que ser agora, vai me falando como faz.
Tá, é assim, assim e assim.
Daí há alguns minutos toca o meu telefone.
Ana Luiza, você comprou o cheiro verde?
Não mãe, desisti de fazer.
Daí veio a cruel pergunta, seguida da ainda mais cruel constatação.Que tipo de mulher é você que não sabe cozinhar?? Você vai morrer solteira, minha filha! Nenhum homem vai querer se casar com você!



Agora, eu fico a me perguntar: Quem foi que disse que uma boa esposa tem que ser uma boa cozinheira? Há tantas outras coisas produtivas nas quais uma mulher pode se aplicar... cozinhar não é tudo. Existem vários pratos congelados por aí, sem falar nos restaurantes que entregam em casa.
Definitivamente, se algum homem quiser casar comigo, a cozinha não será o local do pedido!

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Reuniões de família


A cada reunião de família descubro uma história nova e mais interessante. Fico lá a observar cada fala, cada gesto, como se meus parentes fossem cobaias de laboratório interanssantíssimas.
Passei um final de semana em família. O que sempre me parece uma filme de terror, desta vez, foi bem interessante. Tudo começou ontem pela manhã com um telefonema. era minha prima pedindo para ir tomar café na casa da minha tia porque Larissa (minha prima de 10 anos) tinha ficado "mocinha". Chegando lá, a menina estava desesperada: Nalu, eu até chorei, isso nunca tinha acontecido comigo, não pode ser normal sangrar assim!
Eu ri, e expliquei pra ela que era normal. Daí pra frente foi a briga da criança com o absorvente, um negócio muito estranho pra ela também.
Em seguida chegaram mais crianças, Maria Clara (9 anos) e Daniel (3 anos) ambos filhos do meu primo, e lá ficaram o dia todo. Maria clara também ficou muito espantada com sangramento da prima, mas logo disse a avó: é muito simples vovó, quando ela quiser voltar a ser criança é só ela tirar o absorvente...
Daniel não parava de dançar e gritar e correr.
é bem engraçada a maneira ágil como as crianças resolvem os "problemas", é tudo muito simples. O problema só existe quando é materializado. Isso me lembrou aquela brincadeira que as crianças pequenas fazem, de esconder o rosto. Para uma criança pequena, o fato de esconder o rosto- e não ver ninguém - é os suficiente para achar que não está sendo vista por ninguém.
Eu sabia que os membros da velha guarda da minha família eram interessantes, mas ainda não tinha atinado para os da ala das crianças.
Foi um domingo em família diferente, muito mais interessante, sem brigas e discussões, e com muita criança correndo enquanto e brincando, inclusive a Larissa quando esquecia que alguma coisa tinha mudado nela.

sábado, 23 de junho de 2007

Ontem, hoje, amanhã.


Até ontem eu estava borocoxô...
Até ontem eu achava que nada dava certo.
Até ontem eu pensava que estava fadada ao fracasso.
O bom da vida é que o ontem deixa de o ser quando vem o amanhã, que é hoje. E hoje eu acordei feliz, hoje a Pris deu uma cara nova pro meu blog (o que, de alguma maneira mexeu com a minha auto-estima), hoje eu apaguei o post que tinha feito ontem.
Hoje eu lembrei que já ganhei flores um dia, e da única pessoa que realmente importa neste caso.
Hoje eu pude respirar e ver que ontem acabou, passou, e que o amanhã me espera. E pro amanhã eu vou de humor novo, blog novo, esperanças e realizações novas.
Já dizia a minha sábia avó: não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

A transposição do Velho Chico


Vivemos numa democracia (ponto). Entendo que numa democracia todos têm direitos iguais de voz e voto e que, numa disputa justa, vencem os mais votados, ou seja, os escolhidos pela maioria. Até aí, acho que todos concordam. O problema é que, acho eu, os brasileiros não sabem perder, não sabem como se comporta o segundo lugar. Isso serve pra copa, pros relacionamentos amorosos e para a política.
Não estou dizendo aqui que todos devem dizer amém para todas as megalomanias e para todos os despropósitos do governo Lula só porque a maioria o escolheu. Estou é partindo de um principio lógico, e até bíblico, que é o seguinte: "examinai todas as coisas e retende o que é bom" (Tessalonicenses 5:21). Exemplo: não votei no Sérgio Cabral, mas não posso dizer que o governo dele tem me incomodado. Não votei no Lula - nem votaria - e não estou satisfeita com o governo dele, mas não posso falar mal do projeto do governo que trata da Transposição do rio São Francisco.
o povo sempre reclamou das secas do nordeste. Aliás, estou lendo os relatos de um viajante inglês chamado Henry Koster, que fez viagens pelo nordeste do Brasil no início do século XIX, e que relata a seca que teve que enfrentar já naquela época ao tentar chegar "ao Natal" (Natal - RN). Pois, bem. Seca no Nordeste não é um problema dos dias de hoje apenas. E agora que o governo parece ter atentado para o fato e resolvido fazer alguma coisa, apresentando até um projeto aparentemente viável, o povo ta caindo de pau em cima. Tem até padre fazendo greve de fome pra que ninguém mexa com o "o velho Chico". Noutro dia eu disse a um amigo que era a favor da transposição do rio são Francisco,e do projeto de irrigação que beneficiaria PE, PB, RN e CE, e ele me disse com a maior cara de espanto, que eu era a primeira pessoas que ele via falar, pessoalmente, bem deste projeto .
Poxa, a intenção é boa, as ideias são boas, os objetivos são bons. É claro que temos que lembrar que estamos no Brasil e , sendo assim, as coisas têm 50% de chance de enveredarem por caminhos escusos, mas acho que deveríamos examinar as coisas - mesmo que estas sejam pojetos do governo - antes de rejeitá-las e demonizá-las.
Quando cheguei na faculdade, na primeira semana de aula, na chamada semana de calouros, aprendi tudo o que deveria saber para odiar a reforma universitária e os planos diabólicos do governo para acabar com a universidade publica. Mas tudo o que em deram pra ler foi um cartilha do PSTU explicando todos os pontos terríveis da reforma, mas ninguém me ofereceu o anteprojeto da reforma universitária para eu mesma analisá-lo e ver os pontos fracos e fortes. Depois fui ver o tal projeto, e percebi que ele não era de todo ruim - não quero dizer que seja bom.
Falar mal das coisas sem conhecê-las é um vício brasileiro e um erro temeroso.


Imagem do site: http://www.tresmarias-mg.com.br/pages/f_rios%E3ofrancisco.htm

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Meu quilombo vai sair, ah vai!





Gente! Acabei de ver uma reportagem no Jornal Nacional sobre uma briga entre a Marinha e uma comunidade "quilombola".
Fui procurar na internet mais informações sobre o proprietário original das terras disputadas. O tal, chamava-se Joaquim José Breves. Comprou a ilha de Mangaratiba e, ao morrer, deixou a sua fazenda para a esposa em testamento, que não tardou em vendê-la.
Parece que lá ficaram alguns dos ex-escravos (leiam-se ex-escravos, pois o homem morreu um ano depois da abolição da escravatura) permaneceram na ilha e daí por diante viveram da pesca, pacificamente. A União comprou a Ilha, que já foi até escola de pesca no tempo de Getúlio Vargas, e hoje pertence à marinha nacional. Pra complicar a história, Mangaratiba é uma área de proteção ambiental. Pois, bem. Esses descendentes de africanos (e de europeus, indígenas, asiáticos, ets, etc) reivindicam a posse legal das terras junto ao Incra, e acusam a marinha de, com os seus treinamentos militares, terem destruído grande parte do patrimônio histórico da ilha (ruínas da fazenda e da capela). Os militares, por sua vez, não aceitam ceder parte de território para os “quilombolas” por acreditarem que eles não saberão preservar a área de proteção ambiental. E já que estamos de preto, a coisa virou um “samba de crioulo doido”!
Agora vejam só, como diria a minha avó quando se indignava: Papagaio! Eu só me surpreendo com estes “Quilombolas”, poxa, os caras estão querendo quase a metade da ilha de Mangaratiba, um lugar paradisíaco, lindo, com um turismo promissor. Será que não existia fazenda em lugares feios? Só conheço quilombos bem localizados... É por isso que não desisti do meu projeto de entrar com uma ação de reintegração de posse das terras da cobertura do Cezar Palace (aquele hotel maaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaravilhoso que tem ali na praia do Leblon) sob a afirmação de ter sido construído sobre terras pertencentes à minha cmunidade quilombola.
Todo mundo tem um quilombo chic, eu também quero ter. Nada mais chic que um quilombo no Leblon. Aprendo até jongo se for necessário, faço trancinhas nagô no meu cabelo, uso saionas de chita e tal. Ai ai ai, belo projeto de vida. E hoje em dia ficou tudo mais fácil né, nós quilombolas podemos contar com o apoio do governo! Olha que maravilha! A fundação Palmares e a Matildinha estão aí pra isso mesmo, são não estão pro que deveriam estar (restaurar a Igreja de S. José do Queimado ninguém quer né? Não se reverte em tantos votos).

Pra quem quiser ver as boboquices ditas pelo Senador do PT/RS, Paulo Pain, no Senado: http://www.koinonia.org.br/detalhes_noticias.asp?id_noticia=367

Divirtam-se!

Eu voltei...

Depois de vagar à procura de inspiração e criatividade - e, principalmente, depois de ter dado as primeiras aulas da minha vida em três salas diferentes de oitava série nesta manhã - sinto-me apta para voltar a publicar as minhas sentimentalidades e bobagens neste precioso espaço.
Meus milhares de leitores clamaram pela minha volta, então voltei.
hahaha
Esta frase ficou muito piegas, mas foi engraçado escrevê-la.

Mas eu queria mesmo era descrever esta minha experiência com a sala de aula. É como, se dar aula, fosse uma observação de um quadro de Monet ao contrário. Se os quadros de Monet são bonitos longe e uma porção de borrões se olhados de muito perto, a experiência com a sala de aula foi uma visão horrorosa enquanto eu estava de longe, de fora a observar, mas hoje, quando entrei naquela sala e falei para aqueles alunos, foi tão lindo. Vê-los de perto é muito mais bonito.
Pode ser uma impressão falsa e romântica por ter sido a primeira vez, mas tudo o que imaginei caiu por terra no momento em que eu comecei a falar e eles (para minha surpresa) pararam pra me ouvir.
Acho que estou começando a namorar a ideia de lecionar de verdade, acho que a minha "crise da formatura" está dando lugar à volta daquele primeiro amor pela profissão. Me lembro com saudades das minhas ilusões e das ideologias que tinha no primeiro período da faculdade de História, e que foram se perdendo com a chegada de novos períodos.
É, acho que decidi, serei professora!
Salvem a professorinha...

quarta-feira, 13 de junho de 2007

COMUNICADO


Postagens suspensas por falta de criatividade, inspiração e talento para escrever.
Obrigada!

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Ciúme



O amor é paciente, é benigno, o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz incovenientemente, não procura seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. (ICo 13:4)

Esses dias estive pensando sobre o ciúme, talvez tenha sido por ter sido acometida por rompantes deste terrível sentimento, e fui querer saber o que significava esta palavra:
ciúme
de cio


s. m.,
zelos amorosos;

emulação;

inveja;


A minha amiga Pris, muito inteligente, costuma dizer que tudo o que se quer saber encontra-se no google. Eu, apesar de meu fundamentalismo e minhas convicções religiosas ainda espantarem muitas pessoas, continuo a achar que a resposta para todas as coisas - e a origem de todas as coisas - se encontra na Bíblia.
Aí, fui até o "grande livro preto" para ver o que estava escrito lá sobre esse tal de ciúme. Lembrei-me de Paulo. Ah, Paulo! Deus escolheu muitos homens para falar através deles, mas nenhum como Paulo. Então, li pela enésima vez o capítulo 13 da primeira carta aos coríntios - poderia ter lido os cantares de Salomão, ou os provérbios, mas tive vontade de reler a epístola aos coríntios.
Corinto era uma cidade portuária, grega, onde estava instalada uma das igrejas primitivas. O cristianismo lá enfrentava grandes barreiras: Na própria zona portuária situava-se o templo de Afrodite, todos os dias as sacerdotisas (prostitutas), cerca de mil, desciam para oferecer os seus corpos aos "marinheiros" em sacrifício à deusa; era uma cidade grega e, por isto, compreendia um povo politeísta por excelência e essência, o que dificultava a assimilação de um único Deus trino; havia também o templo de Ártemis (também chamada de Diana pelos romanos) a deusa da caça; e não podemos esquecer que Corinto era famosa pelas procissões dionisíacas, a festa do profano, do vinho, do deus dos prazeres sexuais e do vinho: Dioniso, chamado pelos romanos de Baco. Corinto não era uma cidade que facilitava a vida dos queriam "morrer para o mundo e viver para Cristo" como queria Paulo. Estou dizendo tudo isto para chamar a atenção para o cuidado de Paulo para com os coríntios. Ele sabia da inconstância da alma e da fé daqueles homens e mulheres, tão dados e acostumados aos prazeres sem culpa, tão dados a vaidades e futilidades. As duas epístolas são claramente cartas de exortação. O apóstolo tem o claro papel de mostrar aos novos cristãos o têm feito de errado e como devem se comportar daí por diante. Chama a atenção, mas com carinho e amor.
Acho que foi por isso que fui buscar a repreensão que precisava em Paulo, e não em Salomão. E lá, no versículo 4 do capitulo 13, percebi o quanto estava errando e como eu estava dando lugar a um sentimento vil e mesquinho.
A gente por muitas vezes é incapaz de perceber que está involuindo ao invés de crescer.
Fiquei feliz por perceber a tempo, e agradeço a Deus por ter me mostrado (a despeito da falta de fé dos outros da chacota que possam fazer da minha) antes que o meu ciúme me impedisse de amar.
A partir de hoje, vou tentar controlar mais o meu ciúme. Acho que é uma decisão bem legal de se tomar um dia antes do dia dos namorados!!
huahua

terça-feira, 5 de junho de 2007

Na Contramão

Por vezes me pego pensando: “será que eu não entendo nada, ou será que eu fui uma das poucas pessoas que entendeu?".
Esta questão se faz presente a cada dia de maneira cada vez mais intensa na minha vida. Tenho ficado perplexa com as coisas que ouço ou que leio, além de perceber as sutilezas da decadência moral da sociedade. Nunca fui uma pessoa preconceituosa, nunca admiti quaisquer tipos de vexação ou discriminação com quem quer que fosse. Mas o que tem me incomodado ultimamente é a maneira como as pessoas têm lidado com as diferenças e com os diferentes. Em nome de uma tal "igualdade" - igualdade esta produzida com a intenção de acabar com a segregação social de alguns indivíduos que foram preteridos ao longo da história - certos grupos ignoram a existência de indivíduos e da liberdade de pensamento individual, produzindo uma consciência coletiva e indiscutível.
Quando isto acontece, nos vemos numa sociedade que se quer e se entende livre onde se prega uma democracia e uma liberdade de expressão que, em nome do bem coletivo, vão deixar de existir. Conheci certa feita um homem muito sábio que vivia a dizer: "o mal dos homens é não entender o que é a liberdade, acabam por confundi-la com libertinagem". E por não sermos capazes de discernir a liberdade e praticá-la, por não sermos donos da nossa própria liberdade passando a ser escravos de uma idéia de liberdade, é que vivemos numa sociedade tão despótica e ditatorial. Estamos sob a pior das ditaduras, aquela que acontece no campo das idéias.
Este é o país no qual existe um "movimento negro" que quer dividir a população em brancos e negros, ignorando assim todas as especificidades da população brasileira e desconsiderando - além de marginalizar - a maravilhosa miscigenação da qual ela resultou. Aqui ninguém acha absurdo um dia da consciência negra, medidas afirmativas para negros, pior, ninguém se espanta com o fato de pessoas ainda entenderem que o ser humano pode ser classificado por raças. Este é também o país no qual a democracia ainda não foi entendida por seus mantenedores. Os eleitores brasileiros, em sua maioria, ainda acham que não votar no candidato que está "encabeçando" as pesquisar é jogar o voto fora. É como se o voto de cabresto tivesse se adaptado à nova realidade e sobrevivido. É o país onde políticos sabidamente corruptos são eleitos com um número absurdo de votos. Este é o país onde o governo chama a Igreja de hipócrita por não dizer aos jovens que é saudável transar com qualquer um, se estiver usando camisinha. Ou seja, os valores estão invertidos ou há uma ausência de valores.
Este é o país que acha que para se desenvolver precisa copiar os bons e maus modos dos países desenvolvidos.
Hoje em dia quem acha que homossexualismo não é normal, ou saudável, é acusado de homofóbico, ninguém mais pode ser conservados ou prezar pelos valores da família, ou pelo que se entendia por família. Temos que achar normal um “casal” de homens adotar uma criança. Não se pode "agredir" um homossexual com a sua incompreensão, mas os seus valores e a sua incompreensão podem ser agredidos por uma passeata no dia do orgulho gay, onde homossexuais se beijam e se agarram sem o menor pudor pelas ruas sem se importar se estão "agredindo" crianças, famílias e idosos que passam pelas ruas. (neste momento os meus leitores devem estar gritando em uníssono: Homofóbica!)
Caminhamos para uma depressão moral em todas as esferas da sociedade que não tem volta.
Aí me volta a pergunta: " Será que eu estou louca e sou a única a não entender as coisas que acontecem a minha volta, ou será que ninguém mais percebe ou entende?"
Acho que esta resposta eu não tenho, mas certamente não me classificarei como branca ou negra só porque o congresso decidiu que é assim que tem que ser, não votarei em políticos corruptos por falta de opção, não votarei também nos primeiros nas pesquisas eleitorais com a desculpa de não desperdiçar o voto, não vou achar normal ou me sentir à vontade com homossexuais se beijando em lugares públicos só por que todos estão tentando me dizer que está na moda achar isso legal ou pra não ser processada por homofobia, nem vou sair por ai transando com todo mundo só porque o governo grita pelos quatro cantos do pais em suas campanhas que, se for com camisinha, não tem problema.
Prefiro continuar andando na contramão.

OBS: Este foi o primeiro “artigo” que postei neste blog, e foi dele que saiu a idéia para o nome “na contramão”. Foi tudo resultado de uma censura que sofri ao comentário no blog “Dois mil e sete”, de José Roberto Pinto de Góes, que foi apagado sem piedade pelo administrador do mesmo.
Eu postei aqui e logo apaguei por medo da incompreensão dos leitores, mas hoje me lembrei que nunca esperei a compreensão de ninguém mesmo... Então, falem mal ou bem, está postado!

domingo, 3 de junho de 2007

Servidão





Sete anos de pastor Jacó servia

Labão, pai de Raquel serrana bela,

Mas não servia ao pai, servia a ela,

Que a ela só por prêmio pertendia.



Os dias na esperança de um só dia

Passava, contentando-se com vê-la:

Porém o pai usando de cautela,

Em lugar de Raquel lhe deu a Lia.



Vendo o triste pastor que com enganos

Assim lhe era negada a sua pastora,

Como se a não tivera merecida,



Começou a servir outros sete anos,

Dizendo: Mais servira, se não fora

Para tão longo amor tão curta a vida.


Luis de Camões

Quem sou eu pra escrever qualquer coisa, depois de um poema de Camões?