sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Os movimentos dentro do “movimento”.

Dia desses eu dizia pra Aline: “O funk são vários movimentos dentro de um movimento”. Uma frase nada original, mas que saiu de um trabalho empírico que tenho feito através da audição de programas de rádios cariocas destinados às classes mais populares. Ficam claros os vários movimentos, as várias castas, os vários grupos dentro da grande “massa funkeira” – que é, aliás, uma expressão do primeiro movimento funk que houve no Brasil no início da década de 1990. Fiz um paradoxo do funk com a minha vida (olhem bem o que horas de ócio atrás de um balcão de loja de roupas de ginástica, num bairro de classe média alta, durante uma crise econômica mundial podem fazer com a mente de uma pessoa) e concluí que ela também tem seus vários movimentos dentro de um único, que é a própria vida, e que estes por várias vezes são movimentos contrários, ou ainda cíclicos. É incrível como uma situação que um dia te causou medo pode passar a ser habitual e que, quando se trocam os atores ou o cenário, pode de repente passar a ser aterrorizante novamente. Este pode parecer um texto cifrado, secreto, e talvez seja, porque fala de mim e de sentimentos meus, mas ao mesmo tempo é um texto que se encaixa à realidade de qualquer pessoa. No fundo, seguimos todos o mesmo roteiro apenas com interpretações diferentes. Buscamos sempre o bom andamento dos nossos “movimentos”, buscamos sempre nos movimentar. A diversidade é boa, a adversidade é quem complica tudo...
O ruim de tudo isso, é que não fui uma boa historiadora na medida em que me deixei influenciar pelo meu objeto de estudo (agora estou estudando os pagodes...) e ele tem até me encantado em algum aspecto. Voltei a ter medo do que já era banal, voltei a desconhecer aquilo no que já era catedrática, voltei a desprezar o que desejava. São os ciclos, os movimentos. A gente sempre volta pro lugar de onde partiu, mas cada recomeçou traz um cenário totalmente novo que é capaz de tornar irreconhecível a mais famosa das histórias.

3 comentários:

*Mr. Tambourine* disse...

Engraçado, Ana.
Quando li seu post, me veio uma música na cabeça.
Uma música que demonstra este movimento.
Uma música assaz pertinente para o seu momento e movimento.
E, somado a isto tudo, numa data especial. O compositor desta música comemoraria 100 anos de vida.

"Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que iras tomar
Preste atenção querida,embora eu saiba que estas
resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serão mais o que és
Ouça-me bem amor
Preste atenção,o mundo e um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó
Preste atenção querida
Em cada amor tu herdaras só o cinismo
Quando notares estás a beira do abismo
Abismo que cavastes com teus pès".

Cartola

José Roberto Pinto de Góes disse...

Esse mister tambourine continua buscando papo, né?, e sempre com bons argumentos, dessa vez Cartola. Não entendi nado do que você disse. Como assim? Você agora se interessa por pagode? Ô Deus! O Mundo está perdido, mas você continua linda.

Unknown disse...

Eu concordo esse tambúrim é safado abre teu olho, quanto ao fato de você ser linda eu lhe digo isso pelo menos umas 10 vezes ao dia.

LINNNNNNNDA!!!!!!!!