quarta-feira, 1 de agosto de 2007
Dói
Minha cabeça dói. São 11:11h e minha cabeça não pára de doer. Está assim desde anteontem. Tomo remédios, ela parece que diminui, mas logo ligo a televisão - sky, globonews, cpi do apagão aéreo ao vivo - deputados gritando como se o congresso fosse uma feira, minha dor de cabeça aumenta. No fundo eu penso: Se estivéssemos na Inglaterra, não seria assim. Eles debatem sobre o furo de reportagem da Folha de São Paulo. É a vez da Luciana Genro ter a palavra, aí minha cabeça resolve que vai estourar se ela abrir a boca. Penso: as cabeças dessas pessoas não doem? Se não a cabeça ao menos a consciência? Eles querem poupar as famílias das vítimas do acidente com o airbus da TAM não revelando os diálogos que possam causar dor e constrangimento, mas será que dá pra constranger e causar mais dor do que já foi feito nos momentos de notícias televisivas e de reconhecimento dos corpos carbonizados? Minha cabeça não me entende e não entende, só dói. Não entender dói, não mais do que conhecer.
Num dado momento, um deputado do PTB grita um "a gente fomos", aí já não sinto mais a cabeça...
Minha cabeça dói. Parece não haver solução. Os remédios não resolvem e as notícias não ajudam. Só doem.
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6 comentários:
Depois do "a gente fomos" a minha começou a doer também e não páro de rir.
hahahaahhaha
Tem razão, Ana, tem toda razão, dói quase como a dor da Macabéia, na "A Hora da Estrela" (Clarice, você leu?), dói tudo. Belo o seu blog! Abraços!
A dor na sua cabeça é a minha é a nossa é a de tanta gente neste país tomado por profunda enxaqueca. O que fazer?
http://cadinhoroco.loginstyle.com
Ah, para variar vou discordar. Acho que devo ser meteorologista mesmo (uhauhauhuhauha).
Então, qual é função social da língua?
COMUNICAÇÃO.
Logo, o manuseio das técnicas lingüísticas nada mais é do que o manuseio da comunicação. Vários grupos sociais, ao longo da história, manusearam a língua como uma forma de deter o controle e/ou status sobre outros grupos sociais. O exemplo clássico do que estou falando são os padres da Idade Medieval. Eles detinham o monopólio do saber (latim, por exemplo). Os camponeses e os não-nobres (artesãos e comerciantes) não tinham acesso à língua chamada norma culta. Só pessoas que pertenciam à nobreza, por isto de tantos escritores serem nobres, tinham acesso ao saber.
Assim sendo, podemos pensar o Brasil desta forma também. Existem vários grupos sociais e cada possui uma maneira de manuesear a língua. Os agricultores falam “Cuma”, por exemplo.
O problema para mim está no preconceito. A maldita classe média – que eu pertenço – não sabe reconhecer que alguns grupos têm características próprias (linguagem é uma delas) e sempre fazem questão de excluir estas pessoas a partir destas diferenças.
Isto é um fato.
Zomba-se do “moto boy”.
Zomba-se dos nordestinos.
E agora eu te pergunto:
A língua falada por este deputado do PTB te impediu de entender a mensagem?
Não.
Logo, o português dito por ele está correto em termos sociológicos e comunicativos.
Acho perda de tempo criticar estes aspectos. Porque, nós mesmos – estudantes e classe média -, também não seguimos a norma culta da língua.
Enfim, se você mora-se em Bh, a gente ia beber conversando sobre isto. Isto ia dar um papo daqueles...
Uahuahuhuauhauhauhahuuhauhahuahuauhuhaa
Mas cada dia você está mais ácida hein? Acho que é culpa das promessas não cumpridas...... Eu te prometo que sempre vou comentar aqui... uhahuahuhuahuauha
Melhorou???
:p
Até que ponto a formalidade pode ser uma forma de exclusão?
Eis a pergunta que não quer calar.
A comunicação foi estabelecida neste caso. Você entedeu o que o deputado quis dizer.
As casas legislativas, dizem alguns deputados em momentos de crise, representam o povo, ou seja, é a casa do povo.
Agora te pergunto:
Você já assitiu o Canal Senado?
Você acha que realmente o trabalhador - com pouca instrução -consegue entender o que se é discutido?
Já tentou ler um projeto de lei?
Eu desperdiço horas do meu dia tentando ler aquilo.
Erro de português não me preocupa!
Eu estou preocupado com a inserção dos grandes grupos no jogo político.
Tá bom... Casa do povo.. sei...
Ah, você é uma legítima mineira! Falou igualzinho! "Doidimais".
huahuahuahuhuahuahuahuahuahuahu
Lembrei de comentar uma coisa com você: tá tendo encontro dos alunos do meu curso aí em nikita... e eu aqui... huahuahuahuahu
Aí que tá!
Bom português não existe.
Existe o compreensível.
Fui comentar este assunto com meu pai e ele disse que eu to ficando louco. Normal..... O que eu podia esperar de alguém apegado à formalidade. Advogado e burocrata... Eles são muito apegados a este rito....
huahuuahhuahuahuahuauahuahua
Então, não fui aí porque trabalho no Grupo de Avaliação de Medidas Educacionais. E agora que os dados estão chegando e eu tenho que ficar lapidando estes dados...
Maldição! Ah, é na UFF sim!!
Fala que tá chovendo aí. Quem sabe eu fico menos deprimido...
huahuahuahuahuauhuahuahuaua
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