quinta-feira, 24 de setembro de 2009

E Obama não gostou da minha idéia!



Segundo Obama, os países devem se ajudar e não "esperar que os EUA resolvam todos os problemas do mundo".

"Os que costumam repreender os Estados Unidos por atuar sozinho no mundo não podem agora ficar à margem e esperar que os Estados Unidos resolvam sozinhos os problemas mundiais", disse. "É tempo de que cada um de nós assuma sua responsabilidade na resposta global aos desafios mundiais."

ver na íntgra


Parece que o meu querido Obaminha, para quem fiz campanha e ainda deixo o link do site de mesma época, leu meu blog ontem e não gostou nada da idéia de ser babá das Américas.
Obama, meu caro e ilustre leitor (te acho um charme!), você está coberto de razão nas suas afirmações supracitadas, como é de costume. Mas é que daqui do alto da minha carioquisse, me coloquei numa preguiçosa situação de conforto e esperava uma deliciosa mamadeira no colo confortável do Tio San, enquanto víamos a guerra pela televisão...

Vou me emendar e parar de cobrar tanto assim de vocês. Eu prometo!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Tonturas, digo, Honduras




Policiais e militares dispersaram com bombas de gás lacrimogêneo, carros hidrantes e uma antena que emitia um som ensurdecedor os manifestantes que se aglomeravam diante da embaixada brasileira na terça-feira. Os manifestantes pró-Zelaya se defenderam jogando pedras, num conflito que deixou dezenas de feridos e presos. (O Globo on line, 23/09/09)

Não, meus caros leitores. Ainda que as semelhanças saltem aos olhos, o texto acima não trata de uma resposta da PM a uma manifestação de estudantes de uma universidade pública brasileira. Trata-se do posicionamento de uma embaixada brasileira diante de uma revolução civil num país da América Central.
Meus amigos mais próximos sabem das minhas declarações absurdas sobre política, índios, quilombolas e afins. Ontem foi dia de uma delas. Com a naturalidade de quem solta um peito eu disse: “acho um absurdo que a Honduras seja dado o status de país, que dirá se achar no direito de se relebelar”. É, eu sou um monstro! Mas olhem bem para o que está acontecendo em Honduras. É digno de uma gerra civil africana, acho mesmo que os africanos são mais organizados. Enquanto a Coréia e o Irã aterrorizam o mundo com suas demonstrações de aquisições bélicas de ponta, o Brasil compra caças de sei lá quantas mãos da França só pra mostrar ao resto do mundo que sua última aquisição de material bélico não foi na Guerra do Paraguai! E Honduras aprendendo a fazer revolução com Uganda, sei lá?
É por essas e outras que eu acho que as Américas, ou ao menos os países sérios das Américas (estou excluindo os comunistas e os oligarquistas, trato aqui só dos sérios e queria muito nos incluir nisso) deviam de uma vez por todas pedir proteção do exército americano, fazer de vez uma aliança pública e travar uma cruzada civilizatória nessas terras do Novo Mundo.
O Brasil consegue deportar pugilistas cubanos, que só quererem ter autonomia e domínio sobre suas próprias carreiras, e ao invés de se posicionar de vez e dar azilo político ao tal presidente deposto de Honduras – se é assim que o Estado brasileiro acha que deve proceder, uma vez que se aliou ao homem – esconde o dito cujo na embaixada como um rato, submentendo os funcionários da mesma a ficarem sem luz e água e a enfrentar uma revolução como quem contém um motim de estudantes da USP que querem ocupar a reitura e fazer um churrasco com os membros do reitor.
Ta vendo? É por issoque eu evito escrever sobre política. Sou um monstro sem coração e sem pátria!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Bate papo




Ontem ao chegar, meu namorado me comunicou que tinha cinco trabalhos da faculdade para fazer no final de semana. Todos os dias vejo meus colegas de trabalho, da mesma faixa de idade que eu, saindo do na hora certa para irem à aula. É estranho porque parece que eu não estou fazendo nada da minha vida. Mas é bem feito! Quem mandou eu ser precoce? Quem mandou eu me formar antes que os meus amigos entrassem na faculdade?
Como pode uma pessoa se sentir excluída de um grupo do qual, mal ou bem, faz parte? Aí resolvi voltar a estudar, fazer uma pós-graduação, sei lá. Beleza, primeira decisão tomada! Mas o que fazer? Me formei em história e trabalho na área de compras e logística do ramo do petróleo. Tudo a ver né?
Caros leitores, preciso de sugestões! Estou sofrendo de abstinência de textos, salas de aula e prazos de entrega de trabalho. Mas o que mais me faz falta, de verdade, é ter um objeto de pesquisa e observar resultados.
Socooooooooooooorro!



Na imagem: Marquesa de Pompadour

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Tá ruim? Pumbicufica!



Segunda-feira, 07 de setembro de 2009
E o dia começou assim:

Eduardo _ Fomos lá na casa nova agora.
Ana Luiza _ E aí? O pintor tá lá?
Eduardo _ Tá sim. Ele disse que não vai sair. Podemos mudar hoje.
Ana Luiza _ Arruma o caminhão que a gente arruma as coisas e muda então.

Minutos depois...

Ana Luiza _ conseguiu?
Eduardo _ Sim. O caminhão estará aqui em três horas. Vamos mudar?
Ana Luiza _ Vamos. Vou arrumar as coisas.

E passou o dia, o caminhão foi carregado e descarregado na esperada casa nova. Feita a mudança os personagens exauridos sentaram-se no quintal e sentiam a brisa fresca. Eduardo e Rafael fumavam...

Eduardo _ Olha, um pombo. Ele está com a pata quebrada, ta mancando. A gente podia pegar ele, colocar aqui em casa e cuidar dele.
Rafael _ Não, Edu. Pombo é um bicho sujo, ele traz doenças. A gente não pode ter um pombo.
Eduardo _ Ué, a gente limpa ele.
Ana Luiza (numa tentativa de dar a idéia de vermifugar o tal pombo) _ É, a gente pumbicufica!

Gargalhadas coletivas!


Este é um exemplo de associação bizarra que o cérebro humano é capaz de fazer. Mas, como não acredito em acaso, nem gosto de disperdiçar bons neologismos, adotei o pumbicufica e o transformei em algo maior do que uma simples palavra: pumbicufica é um estilo de vida.
Ao longo dos novos textos vou registrando aqui as características e preferências de um pumbicuficador. Seja você também! Junte-se a este movimento pombístico!
Gruuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuun (onomatopéia de pombo)
Dedico este post À Aline Luz, defensora de todos os pombos frequentadores dos telhados e praças do mundo inteiro.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Teresa



TERESA
Manoel Bandeira, 1925.

A primeira vez que vi Teresa
Achei que ela tinha pernas estúpidas
Achei também que a cara pareccia uma perna

Quando vi teresa de novo
Achei que os olhos eram muito mais velhos que o resto do corpo
(Os olhos nasceram e ficaram dez anos eperando que o resto do corpo nascesse)

Da terceira vez não vi mais nada
Os céus se misturaram com a terra
e o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face das águas.

Lembro que da primeira vez que li este poema gostei tanto que quis ser Teresa. À época eu enviei pro meu então namorado e perguntei: “eu sou a sua Teresa?”.
Por que mulheres fazem estes tipos de perguntas estúpidas que obrigam os homens a buscarem em seus passados remotos ou recentes a resposta?
Ele me respondeu que não poderia me dedicar o poema nem fazer de mim sua Teresa por já ter existido outra Teresa antes de mim a quem havia presenteado com as palavras de Manuel Bandeira. Murxei!
Aprendi que não se deve fazer perguntas ao par romântico se não tiver certeza da resposta? Nada! não aprendi nada!
Ontem cheguei em casa e perguntei ao meu namorado (que já não é mais aquele da Teresa) se ele ainda me achava bonita. Ao que ele prontamente me respondeu: “sempre achei!”. Não satisfeita com a fofura do menino, numa ânsia louca de ser novamente decepcionada por uma resposta baseada num pretérito construido por outras tantas Teresas, perguntei: “falta alguma coisa?”. Os dois segundos de silêncio necessários para que o rapaz concatenasse a pergunta e me respondesse pareceram uma infinidade de horas. Rufaram os tambores, tremeram meus joelhos, o chão começou a rachar para se abrir quando, de re pente, num soar de clarins me veio a resposta: “se falta alguma coisa eu não percebi”. Ooooooooooonwwwwwwww! Gente! Completamente diferente! O trauma terminava ali e eu tinha a certeza de que o meu namorado é coisa mais fofa que já inventaram.
Não se deve fazer comparações entre o novo e o velho quando se trata de pessoas, mas no meu caso comparações e análises do comportamento humano são inevitáveis. E, graças a Deus, a comparação teve um saldo extremamente positivo!

Já que comecei com um poema de Manuel Bandeira, termino com outro, desta vez dedicado ao meu amor:

Manuel Bandeira

Teu corpo claro e perfeito,
- Teu corpo de maravilha,
Quero possuí-lo no leito
Estreito da redondilha...

Teu corpo é tudo o que cheira...
Rosa... flor de laranjeira...

Teu corpo, branco e macio,
É como um véu de noivado...

Teu corpo é pomo doirado...

Rosal queimado do estio,
Desfalecido em perfume...

Teu corpo é a brasa do lume...

Teu corpo é chama e flameja
Como à tarde os horizontes...

É puro como nas fontes
A água clara que serpeja,
Que em cantigas se derrama...

Volúpia da água e da chama...

A todo momento o vejo...
Teu corpo... a única ilha
No oceano do meu desejo...

Teu corpo é tudo o que brilha,
Teu corpo é tudo o que cheira...
Rosa, flor de laranjeira...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Macaé e maus costumes



Engraçado como regimes terminam, mas costumes permanecem. É como dizia uma professora minha: “fazer uma revolução política é fácil, dificil é fazer uma revolução de costumes, de pensamento”. O “Antigo Regime” tupiniquim terminou faz já algum tempinho, mas herdamos e reproduzimos costumes da época até hoje. Macaé é um belo lugar pra se observar este tipo de coisa. Pra quem não sabe, a região de Macaé, antes das empresas petrolíferas sonharem em habitá-la, sempre foi dominaga por clãs familiares, tal qual a vizinha Campos dos Goytacazes – que foi um importante polo escravista do Brasil.
Dia desses eu estava relendo um livro intitulado “Negociação e Conflito” (deixando o meu namorado sem entender o motivo da releitura, uma vez que a cada parágrafo eu soltava uma risadinha debochada e sarcástica. Logo depois eu expliquei a ele que só relia pra afagar o meu ego intelectual, e também porque os documentos do apêndice eram muito bons.) do João José Reis. Este livro tem documentos fantásticos publicados como apêndice. Num deles há uma fala de um escravo que ao ser interrogado pela polícia acha por bem ressaltar que ele pertance ao Visconde (que agora não consigo me lembrar de que) numa tentativa de intimidar a autoridade. É como se ele dissesse: “Suncê sabe cum quem ta falano?”. Era como se a autoridade, o poder e as posses do dono passassem pro escravo naquele momento, porque ferir, prender, ou alienar de alguma forma a ele era o mesmo que causar dano ao seu senhor, afinal de contas, mexendo com ele estar-se-ia mexendo numa propriedade legítima do tal Visconde.
Isso também acontece aqui nas longínquas terras de Macaé. Para ilustrar tenho dois exemplos maravilhosos. O primeiro trata de uma das “tias” da faxina aqui da empresa. Ela trabalha na casa do Country manager e costuma tomar para si a autoridade que é dele. Para ela a proximidade dele (por lavar as cuecas dele, sei lá) a torna tão poderoso quanto e esta impáfia é clara em quase todas as falas dela, ainda mais quando está a mando dele. Tal qual esse escravo do Visconde... Outro exemplo é o de uma engenheira recén-contratada. Ela é sobrinha de um dos últimos fazendeiros da antiga Macaé. Tem um sobrenome tradicional e a pose de sinhá. Todas as vezes que vem ao almoxarifado buscar alguma coisa, o faz como se estivesse dando órdens aos peões da fazendo do titio.
É assim a vida nesta terra de Malboro, os maus costumes são passados de pai para filho, de geração em geração. Esses dias eu fiz uma afirmação pavorosa sobre o povo brasileiro... mas isto é assunto para um outro post.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Novo amor, falta de inspiração, muito trabalho e afins.



O Mineiro tem me cobrado muito um novo texto, uma atenção maior para com o meu blog. Já expliquei a ele que, como meus leitores mais fiéis já sabem, só consigo escrever alguma coisa que preste quando estou triste, sofrendo ou sentindo alguma dor. Foi assim com muitos grandes autores (não que eu me querira grande) como Nelson Rodrigues, que tinha úlcera; Ferreira Goulart, que usava seu sofrimento como tinta para sua caneta, entre outros.
Tenho trabalhado muito, namorado muito, vivido muito bem e, logo, não tenho tido motivos, inspiração nem tempo pra escrever. Não quero que vocês, caros leitores, achem que não me importo com o blog nem com aqueles que o leem (agora sem acento circunflexo por causa desta ridícula reforma ortográfica, que tem me desmotivado e muito no que concerne à escrita da língua portuguesa. Cambada de acadêmico sem objeto de pesquisa revelante e com tempo e vontade de mamar nas tetas das sérias instituições públicas de incentivo à pesquisa que se quer científica!).
Vou me obrigar a postar pelo menos um vez por semana um texto, ainda que pequeno. Até porque, escrever é igual a músculo: se não exercitar, atrofia!
Espero vê-los sempre por aqui, amigos leitores e leitores amigos, ou mesmo somente os amigos que me leem por serem meus amigos...
Mas, como todo escritor é solitário e egoísta, na medida em que escreve para satisfazer seus desejos mais íntimos, para amaciar seu próprio ego e para despejar em cima de um possível futuro leitor todas aquelas coisas que o afligem e atormentam, vou entender se vocês me deixarem!
Voltem sempre, fiquem à vontade.