Por vezes me pego pensando: “será que eu não entendo nada, ou será que eu fui uma das poucas pessoas que entendeu?".
Esta questão se faz presente a cada dia de maneira cada vez mais intensa na minha vida. Tenho ficado perplexa com as coisas que ouço ou que leio, além de perceber as sutilezas da decadência moral da sociedade. Nunca fui uma pessoa preconceituosa, nunca admiti quaisquer tipos de vexação ou discriminação com quem quer que fosse. Mas o que tem me incomodado ultimamente é a maneira como as pessoas têm lidado com as diferenças e com os diferentes. Em nome de uma tal "igualdade" - igualdade esta produzida com a intenção de acabar com a segregação social de alguns indivíduos que foram preteridos ao longo da história - certos grupos ignoram a existência de indivíduos e da liberdade de pensamento individual, produzindo uma consciência coletiva e indiscutível.
Quando isto acontece, nos vemos numa sociedade que se quer e se entende livre onde se prega uma democracia e uma liberdade de expressão que, em nome do bem coletivo, vão deixar de existir. Conheci certa feita um homem muito sábio que vivia a dizer: "o mal dos homens é não entender o que é a liberdade, acabam por confundi-la com libertinagem". E por não sermos capazes de discernir a liberdade e praticá-la, por não sermos donos da nossa própria liberdade passando a ser escravos de uma idéia de liberdade, é que vivemos numa sociedade tão despótica e ditatorial. Estamos sob a pior das ditaduras, aquela que acontece no campo das idéias.
Este é o país no qual existe um "movimento negro" que quer dividir a população em brancos e negros, ignorando assim todas as especificidades da população brasileira e desconsiderando - além de marginalizar - a maravilhosa miscigenação da qual ela resultou. Aqui ninguém acha absurdo um dia da consciência negra, medidas afirmativas para negros, pior, ninguém se espanta com o fato de pessoas ainda entenderem que o ser humano pode ser classificado por raças. Este é também o país no qual a democracia ainda não foi entendida por seus mantenedores. Os eleitores brasileiros, em sua maioria, ainda acham que não votar no candidato que está "encabeçando" as pesquisar é jogar o voto fora. É como se o voto de cabresto tivesse se adaptado à nova realidade e sobrevivido. É o país onde políticos sabidamente corruptos são eleitos com um número absurdo de votos. Este é o país onde o governo chama a Igreja de hipócrita por não dizer aos jovens que é saudável transar com qualquer um, se estiver usando camisinha. Ou seja, os valores estão invertidos ou há uma ausência de valores.
Este é o país que acha que para se desenvolver precisa copiar os bons e maus modos dos países desenvolvidos.
Hoje em dia quem acha que homossexualismo não é normal, ou saudável, é acusado de homofóbico, ninguém mais pode ser conservados ou prezar pelos valores da família, ou pelo que se entendia por família. Temos que achar normal um “casal” de homens adotar uma criança. Não se pode "agredir" um homossexual com a sua incompreensão, mas os seus valores e a sua incompreensão podem ser agredidos por uma passeata no dia do orgulho gay, onde homossexuais se beijam e se agarram sem o menor pudor pelas ruas sem se importar se estão "agredindo" crianças, famílias e idosos que passam pelas ruas. (neste momento os meus leitores devem estar gritando em uníssono: Homofóbica!)
Caminhamos para uma depressão moral em todas as esferas da sociedade que não tem volta.
Aí me volta a pergunta: " Será que eu estou louca e sou a única a não entender as coisas que acontecem a minha volta, ou será que ninguém mais percebe ou entende?"
Acho que esta resposta eu não tenho, mas certamente não me classificarei como branca ou negra só porque o congresso decidiu que é assim que tem que ser, não votarei em políticos corruptos por falta de opção, não votarei também nos primeiros nas pesquisas eleitorais com a desculpa de não desperdiçar o voto, não vou achar normal ou me sentir à vontade com homossexuais se beijando em lugares públicos só por que todos estão tentando me dizer que está na moda achar isso legal ou pra não ser processada por homofobia, nem vou sair por ai transando com todo mundo só porque o governo grita pelos quatro cantos do pais em suas campanhas que, se for com camisinha, não tem problema.
Prefiro continuar andando na contramão.
OBS: Este foi o primeiro “artigo” que postei neste blog, e foi dele que saiu a idéia para o nome “na contramão”. Foi tudo resultado de uma censura que sofri ao comentário no blog “Dois mil e sete”, de José Roberto Pinto de Góes, que foi apagado sem piedade pelo administrador do mesmo.
Eu postei aqui e logo apaguei por medo da incompreensão dos leitores, mas hoje me lembrei que nunca esperei a compreensão de ninguém mesmo... Então, falem mal ou bem, está postado!